quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Retrospectiva 2010

Ainda nao estamos no final do ano, mas como não postei nada de janeiro até ontem, achei que seria interessante deixar registrado aqui um resumo dos principais acontecimentos do ano.

Fevereiro: Meu mundo se coloriu de rosa! Descubri que esperava uma menina. Minha doce Isabella estava a caminho. E o Mário começou a sofrer com a idéia de que vai ter muito trabalho para controlar a mocinha. O ciúme vai pegar!
Março: Mário fica sabendo que vai passar os proximos 2 meses e meio na Itália. Em três semanas decidimos, alugamos, quebramos contratos e nos mudamos para um apê maior no prédio vizinho ao AQUA. Agora moramos no The Tides, saimos do 49 andar e fomos pro 8. Perdemos a incrível vista para o lago Michigan e Park Millenium, mas ganhamos uma adorável vista para a praça do Lakeshore East, para o Grand Park e o Field Museo de Historia Natural. E ainda sobraram duas faixinhas de lago vistas de nao tão alto assim. Dia 27 o Mario embarcou para Milão, no mesmo dia eu perdi o show do Michel Buble aqui em Chicago pq era muito longe para uma gravida solitária encarar.

Abril: Esse foi o mês das tulipas nos jardins de Chicago. Tulipas de tudo quanto é cor e modelo. Minha vida solitária foi amenizada pelas boas amizades que eu fiz aqui. Minhas amigas cuidaram bem de mim e me ajudaram a organizar o Chá de Bebê da Bellinha. O mesmo ocorreu no final do mês e foi muito legal. Aproximadamente 30 mulheres se reuniram aqui no apê numa agradável tarde de domingo!

Maio: Papai e Mamãe vieram pra Chicago. E eu, gravida de 8 meses bati muita perna com os dois pela cidades. As coisas para a chegada da Bellinha já estao quase prontas. Quer dizer, quartinho montado mesmo ela só vai ter aos 3 meses, quando todos os visitantes forem embora.

Junho: Esse foi um mês muito especial! Mário voltou pra casa! Tava magrinho coitado, acho que foi a saudade, porque pelos relatos a comilança foi boa. Nesse mês, dia 18, Mário e eu completamos 5 anos de casados. Como o tempo passa rápido.
 Meu pique e gás pra bater perna foi acabando com a aproximaçao da data prevista para o nascimento da Isabella. A médica achou que ela nasceria dia 24, mas alguma coisa me dizia que a data (que nos calculos era a correta) seria o 26. A medida que os dias foram se aproximando da data, uma vontade enorme de deixar de ser grávida foi me invadindo. Vontade de ver a carinha do meu bebê, de tocá-la. O medo do parto, de sentir dor? Nào sei como, mas até o medo que eu tinha de tomar a anestesia desapareceu.


Então dia 24 ou melhor dia 25 porque já era 2:00 da manhã mais ou menos, começei a sentir contrações. Para os curiosos, as contraçoes são um tipo de cólica, mas que nao é tão parecida assim com a menstrual, só que ela começa de mansinho, dura uns 30 segundos (no início) e vai e volta. No meu caso começou em intervalos de 15 min. E foi diminuindo de forma irregular até chegar a 6 min.



Aqui começa meu relato detalhado de como aconteceu o nascimento da Isabella, se você não é do tipo que se interessa por essas coisas, pule para o próximo mês!
 Acordei o Mário por volta das 4:30 da manhã pq já nao aguentava mais ficar sentindo contrações e achei que já era hora de ir pro hospital checar o que estava acontecendo, então tomei um banho me arrumei, acordamos todos na casa e quando estava pronta pra sair me dei conta que as contrações já haviam diminuido, ou melhor, aumentado o tempo entre cada). Voltou pra 10 min., depois aumento pra 15, 20 até uma hora em que eu só sentia uma ou 2 contraçoes por hora.

Então desistimos do hospital e as 10 da manhã falei com a médica que disse que poderia ter sido um falso trabalho de parto, mas que de qualquer forma era pra andar bastante e ir pro hospital se as contraçoes voltassem a ficar proximas de 5 mim. ou a dor intensa demais.



Passei o dia andando pela cidade e quando andava não conseguia perceber muito bem as dores da contraçao. Por volta das 7 da noite, no entanto, voltaram a ficar mais intensas e novamente a cada 10 min. Das 9 da noite em diante a dor passou a ficar bem chata e toda vez que ela vinha eu tinha que me debruçar em algum lugar e por vezes me balançar pra frente e pra trás até que ela passasse. E assim foi mais uma noite (sem dormir é claro) até que as 2:00 nao aguentei mais e acordei o Mário novamente pra ir pro hospital. As contraçoes chegaram a ficar com distancia de 5 min., mas eram inconstantes, ora 5 hora 7, etc.


Ao chegarmos no hospital é claro que a distancia já havia aumentado para 15min. E eu dei entrada na triagem morrendo de vergonha, achando que as enfermeiras iam rir e me achar maluca, mas eu é que sei o quanto incomoda cada contraçao daquela. Quando me checaram eu só estava com 1dedo e meio de diltação, mas ainda assim fiquei por lá mais uma hora sendo observada até que minha médica (por telefone é claro) mandou que me transferissem pra um quarto pra romper minha bolsa e chegando lá descobri que já estava com 4 dedos de dilatação.

A essa altura já eram umas 5 da manhã. O quarto de parto do Northwestern (Prentice Woman's) Hospital é enorme e todo equipado para receber o bebê e para quaisquer complicaçoes que possam ocorrer. Um enfermeira ficava praticamente o tempo todo me acompanhando. O nome da minha era Amy e ela era muito legal (ainda bem pois não há nada pior do que enfermeira chata e carrancuda).

Depois de romperem minha bolsa, optei por andar um pouco pelos corredores do hospital antes de tomar a anestesia (epidural) pra ver se acelerava o processo da dilatação, fiquei mais uma hora e pouco sentindo as contraçòes e antes que elas ficassem forte demais resolvi pedir a anestesia. Que momento infeliz pra pedir uma, isso porque acho que a maternidade estava bombondo aquele dia e o anestesiata que veio me atender parecia estar na maior pressa. Fez tudo correndo e de qualquer maneira. Percebi que a agulha entrou torta, resultado só um lado anestesiou e foi preciso mais uma dose do medicamento pra anestesiar tudo. Bom, pelo menos eu parei de sentir dor...pelo menos por duas horas. Como a minha dilatação não passava dos 4 dedos, me deram um hormonio pra acelerar a dilatação. A questào é que esse hormonio também intensifica as contrações, deixando-as mais fortes, mais longas e em intervalos mais curtos (a cada 3 min. + ou -). Uma vez sedada, isso não faz diferença alguma, só que a anestesia parou de fazer efeito depois de duas horas. Foram mais ou menos uma hora e meia de dor alucinante, até que outro anestesista, depois de fazer muitos testes e aumentar cavalarmente as doses do anestesico se obter resultado, conseguiu descobrir o que estava errado. O infeliz do primeiro anestesista havia feito apenas um bloqueio (tipo de anestesia que geralmente dura menos e que é mais usada para cesárias) ao invés de me dar a epidural. Então foi preciso refazer novamente a anestesia, mas para minha felicidade a dor voltou a sumir. AH! Detalhe: durante a uma hora e meia de dor, enquanto o anestesista fazia testes, eu tive que ficar de quatro apoios sobre a cama porque a bebê estava mal posicionada! AFFF!
 Por volta das três da tarde a dilatação já estava completa e a cada contração (percebida apenas na tela do monitor) eu sentia uma pressa no assoalho pélvico. Então começou o verdadeiro trabalho de parto. A primeira parte de fazer força foi até gostosa e divertida, dá um pique e uma vontade de fazer a coisa acontecer enorme! A unica parte mais chata é a passagem da cabeça. A gente nao sente uma dor "DOR" mais sente um incomodo, tudo rasgando, rompendo e uma sensaçao de estar entalada HAHAHA!!!


(Eu avisei que contaria em detalhes e que não seria história para fracos!). Mas também, passada a cabeça o resto escorrega feito quiabo, num empurrão só!
 Foram aproximandamente uma hora de força e as 4:18 da tarde de sábado do dia 26 de Junho do ano de 2010 nasceu a Isabella! Minha reação? Estender os braços para pegá-la de imediato! Não houve choro nem lágrimas, nem da minha parte e nem da dela, só sorrisos!

Julho: O Mário foi para o Brasil pra fazer o Summer Job no ITAU. Ficamos eu, Bellinha, minha mãe e minha sogra. No meio do mês minha mãe tb voltou pro Brasil. Minha sogra continuou por aqui até Setembro. Nesse mês completei 31 anos. Graças a Deus os cabelos brancos ainda nào começaram a aparecer!

Agosto: A Isabella é uma criança adorável. E está crescendo super rápido, o que muito me assusta. O Mário conseguiu vir visitá-la num final de semana. Ainda bem, porque eu já estava ficando preocupada dela não reconhecê-lo.

Setembro: A família ficou completa neste mês. Mário voltou do Brasil. Todos os visitantes foram embora. A Bella finalmente foi para o quartinho dela. Minha vida também voltou a ficar mais agitada, pois com as aulas recomeçaram os eventos do Clube das Esposas. 

Outubro: Finalmente chegamos nos dias atuais. Estou bem cansada este mês. A Isabella é tranquila, mas não deixa de dar trabalho. E a cada dia fica mais pesadinha, haja braços! O unico problema é que com a volta do Mário a rotina ficou meio zuada. Mas a vida é assim... as mulheres se esforçam pra manter as coisas em seus devidos lugares e os homens sem esforço algum conseguem bagunçá-las num piscar de olhos!

E segue a vida...